quarta-feira, 30 de maio de 2007

TRANSTORNO DE DÉFICIT DE ATENÇÃO E HIPERATIVIDADE






TDAH ou DDA - DEFINIÇÃO


Distraído, enrolado, esquecido, desorganizado, impulsivo, agitado, inquieto... Estes são alguns dos adjetivos mais comuns usados para descrever o comportamento de pessoas que injustamente tidas como preguiçosas, irresponsáveis e rebeldes na verdade possuem um funcionamento mental diferente. São os portadores do Distúrbio do Déficit de Atenção, o DDA também conhecido como TDAH e ADD.



DEFINIÇÃO


De acordo com os psiquiatras Edward Hallo- well e John Raley, o DDA é "uma síndrome neuro- lógia caracterizada por certa facilidade para distração, baixa tolerância à frustração e ao aborrecimento, uma tendência maior do que a média das pessoas a dizer ou fazer o que quer que vem à mente (impulsividade) e uma predileção por situações de grande intensidade". Em tempo: o diagnóstico de DDA não se baseia na simples presença dos sintomas, mas em sua gravidade, duração e no nível de interferência na vida cotidiana. O transtorno do déficit de atenção afeta em torno de 3 a 5% das crianças. Este dado já foi confirmado em vários países e também no Brasil. As crianças com TDAH, em especial os meninos, são agitadas ou inquietas. Freqüentemente têm apelido de "bicho carpinteiro" ou coisa parecida. Na idade pré-escolar, estas crianças mostram-se agitadas, movendo-se sem parar pelo ambiente, mexendo em vários objetos como se estivessem "ligadas" por um motor. Mexem pés e mãos, não param quietas na cadeira, falam muito e constantemente pedem para sair de sala ou da mesa de jantar. Elas têm dificuldades para manter atenção em atividades muito longas, repetitivas ou que não lhes sejam interessantes. Elas são facilmente distraídas por estímulos do ambiente externo, mas também se distraem com pensamentos "internos", isto é, vivem "voando". Nas provas, são visíveis os erros por distração (erram sinais, vírgulas, acentos, etc.).


Como a atenção é imprescindível para o bom funcionamento da memória, elas em geral são tidas como "esquecidas" : esquecem recados ou material escolar, aquilo que estudaram na véspera da prova, etc. (o "esquecimento" é uma das principais queixas dos pais). Elas também tendem a ser impulsivas (não esperam a vez, não lêem a pergunta até o final e já respondem, interrompem os outros, agem antes de pensar). Freqüentemente também apresentam dificuldades em se organizar e planejar aquilo que querem ou precisam fazer. Embora possam ser inteligentes e criativas, seu desempenho sempre parece inferior ao esperado para a sua capacidade intelectual.


O TDAH não se associa necessariamente a dificuldades na vida escolar, embora esta seja uma queixa freqüente de pais e professores. É mais comum que os problemas na escola sejam de comportamento que de rendimento (notas). Quando elas se dedicam a fazer algo estimulante ou do seu interesse, conseguem permanecer bem mais tranqüilas. Isto ocorre porque os centros de prazer no cérebro são ativados e conseguem dar um "reforço" no centro da atenção que é ligado a ele, passando a funcionar em níveis normais. O fato de uma criança conseguir ficar concentrada em alguma atividade não exclui o diagnóstico de TDAH. É claro que não fazemos coisas interessantes ou estimulantes desde a hora que acordamos até a hora em que vamos dormir: os portadores de TDAH vão ter muitas dificuldades em manter a atenção em um monte de coisas.


Um aspecto importante: as meninas têm menos sintomas de hiperatividade-impulsividade que os meninos (embora sejam igualmente desatentas), o que fez com que se acreditasse que o TDAH só ocorresse no sexo masculino. Como as meninas não incomodam tanto, eram menos encaminhadas para diagnóstico e tratamento médicos. COMORBIDADE EM TDAH Cerca de 50% das crianças e adolescentes portadores de TDAH não apresentem comorbidade. Daquelas com outros transtornos neuropsiquiátricos ocorrendo em comorbidade, até 20% apresentam 2 ou mais diagnósticos, além do TDAH. Os transtornos comórbidos mais comuns são os Transtornos Disruptivos (Transtorno Desafiante de Oposição (TOD) e Transtorno de Conduta (TC), os Transtornos Ansiosos e os Transtornos do Humor (Depressão, Distimia e Transtorno Bipolar). A presença de comorbidade altera o prognóstico do TDAH e também as estratégias terapêuticas. As comorbidades freqüentemente representam a maior parcela no comprometimento funcional. O diagnóstico de comorbidade não é artefato secundário ao fato de muitos sintomas de TDAH também serem sintomas de outros transtornos. Um estudo recente realizado em Porto Alegre e Rio de Janeiro, revelou índices semelhantes de comorbidade, com o sistema DSM-IV. O TOD ocorre em até 1/3 das crianças com TDAH e freqüentemente causa maior comprometimento funcional que o TDAH isoladamente. O TC freqüentemente representa um desafio clínico, uma vez que se associa a inúmeros fatores confundidores de avaliação do tratamento. Ocorre mais em homens e tem um prognóstico pior, sendo associado à maior prevalência futura de abuso de álcool e drogas. O Transtorno do Déficit de Atenção com Hiperatividade (TDAH) é um problema bastante comum e se caracteriza por dificuldade em manter a atenção, inquietude acentuada (por vezes hiperatividade) e impulsividade. Ele é chamado às vezes de DDA (Distúrbio do Déficit de Atenção). Em muitos casos o transtorno acompanha o indivíduo na vida adulta, embora os sintomas sejam mais brandos quando comparados aos de crianças.



O TDAH SE CARACTERIZA POR UMA COMBINAÇÃO DE DOIS TIPOS DE SINTOMAS:


1. Desatenção

2. Hiperatividade-impulsividade


O TDAH na infância em geral se associa a dificuldades na escola e no relacionamento com demais crianças, pais e professores. As crianças são tidas como "avoadas", "vivendo no mundo da lua" e geralmente "estabanadas" e com "bicho carpinteiro" ou "ligados por um motor" (isto é, não param quietas por muito tempo). Os meninos tendem a ter mais sintomas de hiperatividade-impulsividade que as meninas, mas todos são desatentos. Crianças e adolescentes com TDAH podem apresentar mais problemas de comportamento, como por exemplo dificuldades com regras e limites. Em adultos, ocorrem problemas com a atenção para coisas do cotidiano e do trabalho, bem como com a memória (são muito esquecidos). São inquietos (parece que só relaxam dormindo), vivem mudando de uma coisa para outra e também são impulsivos ("colocam os carros na frente dos bois"). Eles têm dificuldade em avaliar seu próprio comportamento e quanto isto afeta os demais à sua volta. São freqüentemente considerados "egoístas". Eles têm uma grande freqüência de outros problemas associados, tais como o uso de drogas e álcool, ansiedade e depressão. Infelizmente, é possível encontrar profissionais que negam enfaticamente a existência do TDAH e se opõem a qualquer tipo de tratamento, que seria uma forma de "controle mental", segundo eles. Desnecessário dizer que nenhum destes profissionais é reconhecido internacionalmente como pesquisador sério ou membro de alguma sociedade científica. Mas fazem muito barulho e acabam por prestar um desserviço à comunidade. Alguns indivíduos chegam a afirmar que "o TDAH não existe", é uma "invenção" médica.



COMO SÃO OS PORTADORES? O LADO BOM E O RUIM DO TDAH.


Como são os portadores ? O lado bom e o ruim do DDA. Em cerca de 60% dos casos o problema não acaba na infância, ele acompanha a pessoa por toda a vida, só muda de forma. Como é mais comum em homens do que em mulheres (sendo que nelas, geralmente o problema maior é a desatenção), as descrições que tentarei fazer com um certo humor estão no sexo masculino. O lado bom. Ser DDA tem um lado bom, desde que o seu grau de Hiperatividade não tenha feito você ser expulso de todas as escolas de sua vida, nem ter feito você ser obrigado a ser um trabalhador braçal apesar de ser um profundo conhecedor de algum assunto muito especial, que a maioria das pessoas só conhece superficialmente. Os "DDAs" podem ter grandes qualidades: simpáticos, falantes, comunicativos, inteligentes, energia inesgotável, idéias novas e brilhantes (embora nem sempre sejam levadas adiante). Muito pique, parece que sentem a idade menos que outras pessoas. São criativos, pioneiros, inventores, não vivem sempre de modo politicamente correto. Assumem e correm riscos, defendem idéias. São sexuais, gostam de simetria, de coisas bonitas e de novidades. Muitos descobrem um interesse especial onde conseguem "hiperconcentrar". Mas, como não existe piquenique sem formigas, também existe o lado ruim: O DDA é composto de um tripé: Hiperatividade, Impulsividade e Desatenção. De acordo com a intensidade maior de um desses ramos do problema será o comportamento do adulto. Por exemplo:


* Pessoas desligadas, "preguiçosas", sem iniciativa, sonhadoras, que não acabam o que começam, que adiam tarefas, que perdem horas, dias, meses, anos sem começar ou sem concluir nada.


* Pessoas agitadas, impulsivas, ansiosas, que "tem a língua mais rápida que o cérebro", ou seja, péssimos em diplomacia, descontrolados, que não agüentam esperar numa fila, não esperam o outro acabar de falar, interrompem, perguntam antes da hora. Quando a outra pessoa começa uma frase, eles já sabem o que ela vai falar, portanto respondem ou interrompem antes da hora. Às vezes porque realmente pensam rápido e são muito "antenados", às vezes porque são superficiais e falam sem pensar e sem medir as conseqüências.


* A letra pode ser feia, portanto acabam criando o hábito de escrever em letra de forma, para que as pessoas (e eles próprios) entendam.


* Em palestras precisam escrever ou gravar, mas quem disse que depois elas irão ouvir as fitas ou entender o que escreveram ?


* Costumam viver perigosamente, se expõem a riscos como esportes radicais, viagens arriscadas.


* Aventuras sexuais. DDAs adoram sexo. É um dos temperos de sua vida eternamente em busca de emoções.


* Abuso de substâncias. Pode ser cigarro, álcool ou outras drogas.


* Por rompantes mal pensadas e mal colocados, criam inimigos, pedem demissão, são demitidos, divorciam-se, são expulsos de casa, rompem namoros, noivados, etc.

* Pessoas inteligentes, capazes, simpáticas, que simplesmente não deram certo na vida. Porque nunca aprenderam uma profissão, porque mudam de profissão, porque destruíram casamentos por causa de mais aventuras do que a média, ou por aventuras mais comprometedoras. Porque faltou diplomacia, malícia e habilidade política. Porque simplesmente tem pouca energia. Porque começam muitas coisas ao mesmo tempo, nunca focalizando nem concluindo todas.


* O DDA pode ser o bode expiatório da família. Por exemplo: ele precisa de muito mais atenção dos pais, professores, etc., o que desperta ciúmes dos irmãos. Ou desperta irritação dos pais, pois todos os irmãos tiveram as mesmas chances mas o DDA não aproveitou. Isso e mais as experiências de vida levam a uma auto-estima bem baixa.


* As mulheres reclamam que maridos esquecem datas, fatos, conversas, etc. Que eles não ouvem o que elas falam. E que se ouvem, não gravam. Que eles parecem estar prestando atenção, mas na verdade os pensamento estão a anos luz de distância. OK, realmente os homens são assim. Só que os DDAs são mais que os outros. Sua mesa de trabalho é um buraco negro da galáxia, tudo que entra desaparece.


* Deixam a cozinha num caos para fritar um ovo.


* Sabem o nome de uma pessoa, ele está em algum lugar do cérebro, mas quando encontram essa pessoa parece que não conseguem acessar seu nome.


* Aluga filmes pela segunda vez porque esquece que já viu o filme.


* Pilhas de tarefas não completadas. De tempos em tempos propõe-se a acabar com elas, o que nem sempre ocorre. Saem de casa em cima da hora e chegam atrasados. Para evitar novos atrasos, deixam tudo preparado na véspera: a chave do carro em cima da pasta em cima da mesa próxima da porta da casa. Mas ainda assim esquecem os óculos, o celular, etc...


* Inteligentes, com uma formação acadêmica de primeira qualidade deixam de fazer uma bela carreira universitária por não se acharem à altura dos demais professores. Sua autocrítica é implacável, conseqüência de sua baixa auto-estima.


* Inteligentes, simpáticas, bonitas e sexy, mas podem se relacionar com homens mais simples pois acham que não tem atrativos para se relacionar com um homem de seu nível econômico e profissional, conseqüência da baixa auto estima.


* Não desenvolveu seu negócio da mesma forma que seus concorrentes, não por falta de capacidade nem de criatividade, mas por falta de traquejo social e habilidade política para se relacionar com clientes em potencial.


* "Estudante eterno". 10 anos numa faculdade que deveria durar 4. Os trabalhos são sempre adiados, deixados para última hora, etc.


* Difícil perder peso, parar de fumar. Faz parte do DDA o exagero e a voracidade. Pode ser por sexo, por comida, por bebida, por experiências novas, etc.


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